CIFA

Plano e Itinerário Vocacional

Ao iniciarmos o mês de agosto, mês dedicado às vocações, com intuito de bem celebrar e vivenciar o que assumimos no Plano Quadrienal, com a prioridade: Serviço de Animação Vocacional  e  objetivo de  Suscitar cultura vocacional em nossos espaços de missão; atentas às metas que nos propomos: - Irmãs e leigos comprometidos com a animação vocacional; - Carisma Franciscano Aparecida conhecido; - Despertar vocacional o SAV da congregação propôs uma live – dia 01 de agosto -  com a participação de Irmãs e Formandas. Para desenvolver o tema e compreender melhor o processo de construção DO PLANO E ITINERÁRIO VOCACIONAL, convidamos Irmã Luciana Pitol, das irmãs Scalabrinianas, que reside hoje na cidade de Passo Fundo.

Ao desenvolver o tema, partilhou das experiências de construção do plano e itinerário na sua Província como um compromisso de todas as irmãs. Um processo muito grande de conversão interna, de mente e coração se predispor para a novidade, abertura/acolhida. Trabalhar para realizar processos e não par ver o plano pronto!

Entrar em um processo sem volta. Isto pode mudar completamente nossa ação e postura diante do novo. E são os processos que devem se tornar visíveis mesmo que o plano demore a ser finalizado.

Ter paciência no processo de reflexão. Os caminhos podem mudar muito. Depende de nós para darmos chance a ele acontecer, independente de quantas ‘quedas’ forem necessárias. Nunca tenham certeza de que o caminho está pronto. As certezas nos acomodam!

Sua construção metodológica fará encantar cada irmã pela missão até ao ponto de se apaixonar por ela. Um trabalho que precisa ser assumido como equipe, ou seja por todas. As partilhas e experiências da vida fortalecem o caminho e clareiam os passos. E você  nunca estará sozinha para construir caminhos novos.

Irmã Luciana destacou passos metodológicos importantes a serem considerados:

1) Olhe para a juventude: primeiro passo a ser realizado. Isso pode levar tempo, mas não canse de observar o foco. Estude, analise, troque ideias com gente que entende do assunto, seja crítica e ACREDITE na juventude, participe com a juventude. Não dê passos sem conhecer seu foco! Considerar o contexto juvenil, como: jovens, sociedade moderna – mundo atual, gerações e era digital, religião, migrantes, os sem vez e sem vos de hoje.
 

2) Estude sobre o tema: Se o seu foco de atuação é a animação vocacional, se aproprie do que lhe foi confiado e que você assumiu. Aproveite este tempo para conhecer e se colocar por dentro de tudo o que o tema exige de uma ótima animadora. Se forme no assunto!
 

3) Cultura vocacional: Sobre cultura vocacional como conceitos, nova compreensão e nomenclaturas, fundamentação teológica textos de inspiração, pedagógica passos/etapas no acompanhamento, valores Franciscanos Aparecida.

 

4) Proponha um itinerário de acompanhamento: Tomar conhecimento dos passos metodológicos que já existem e que estão dando certo, seja dinâmica, proativa, opine, sugere, faça escolhas de um caminho a seguir. Escolha o caminho queres seguir para acompanhar a juventude em seu discernimento vocacional. Para nós, os passos foram definidos a partir da caminhada da Igreja do Brasil, que está se estendendo aos países da América Latina.

 

Itinerário Vocacional e suas etapas

Etapa do Despertar. Neste primeiro momento do caminho, a animação vocacional quer conduzir todas as pessoas que fazem parte da comunidade cristã a tomar consciência de que são chamadas pelo Pai, por meio de Jesus Cristo, na ação do Espírito, para uma missão bem específica na Igreja. Fica esclarecido, portanto, que o Despertar, sendo destinado prioritariamente aos jovens em processo de busca, deve envolver também as outras pessoas, mesmo aquelas que já abraçaram uma determinada vocação específica.

Etapa do Discernir. Acontecendo o Despertar, é claro que muitas pessoas vão se sentir “incomodadas” por Deus. Muitas serão logo dominadas por aquele desejo louco de seguir o Mestre por onde Ele for. Neste momento, entra em ação o processo de discernimento. O processo de discernimento, tendo presente a pedagogia usada por Jesus nos evangelhos, questiona as motivações, sonda as intenções, alerta para a radicalidade e a seriedade da opção. Quem ajuda a fazer discernimento não deve esquecer que os principais atuantes deste processo são o Espírito Santo e o/a próprio/a vocacionado/a. Todavia, não deve esquecer o seu papel de interlocutor com o divino e mediador do processo vocacional. Por isso, deve preparar-se bem, sob todos os aspectos, para esta nobre missão.

Etapa do Cultivar. É importante nesta etapa do itinerário aprofundar os sinais do chamado divino, verificados e percebidos durante o processo de discernimento. Trata-se da confirmação da vocação. Isso quer dizer que não basta constatar a existência de sinais autênticos de vocação. É preciso que haja um espaço de tempo reservado para “alimentar” esses sinais. Em outras palavras: não se pode passar imediatamente do discernimento para a opção por uma vocação específica. A pessoa precisa ser preparada para tal opção. A etapa cultivar supera aquele imediatismo que tantas vezes caracteriza o processo vocacional. O medo de perder vocações leva tantas vezes à pressa, à precipitação, àquela atitude de direcionar as pessoas. Isso acontece, sobretudo, no âmbito da vida consagrada e do ministério ordenado. Muitas vezes falta a eclesialidade, o querer as vocações para a Igreja. Por isso, já o discernimento é direcionado, bitolado, redutivo. O jovem e a jovem terminam optando por esta congregação, pelo clero diocesano, por não conhecerem outras possibilidades. E qual é o problema de oferecer outras possibilidades? 

O Acompanhamento. A etapa do acompanhamento não é exclusiva, deve passar por todas as etapas, o animador vocacional a desenvolve durante todo o processo, ajudando o/a vocacionado/a na opção vocacional consciente e livre justamente por que a resposta ao chamado divino é um caminho a ser percorrido. Como tal, vai acontecendo aos poucos. Não se chega a uma opção de maneira rápida e veloz, mas aos poucos, passo a passo. A opção vai amadurecendo durante o processo. Nenhum/a vocacionado/a inicia o seu itinerário já sabendo o que quer, e se isso acontece é importante fazer um caminho de busca das motivações pessoais. Isto significa paciência, calma, espera, firmeza e coragem da parte de quem acompanha a jovem.

Houve momento de ressonância do tema, questionamentos e partilha de experiências, cantos e momento de oração, possibilitando maior familiaridade com o tema e perceber que é possível fazer este caminho como congregação.


Colaboração: Ir. Adriane Bertoncelli pelo SAV/CIFA