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História da Congregação | Irmã Maria das Chagas Barcelos

Miguelina Soares Barcelos era brasileira, natural de Porto Alegre/RS. Seus pais foram Miguel Soares de Barcelos e Vicentina Maria de Barcelos. Ela nasceu aos 26 de abril de 1886.

Irmã Maria das Chagas, apesar de sua natural discrição, sempre foi reconhecida como pessoa simples e aberta a partilhas de vida. Ela renunciou inteiramente à sua herança para comprar o imóvel no qual a Congregação iria se estabelecer e iniciar a sua história, no centro de Porto Alegre, Capital do Rio Grande do Sul. Foi a primeira Presidente da Associação Cruzeiras de São Francisco - ACSF, quando era Sociedade Beneficente Cruzeiras de São Francisco - SBCSF. Uma Irmã de especial contemplação. Demonstrava-o até ao falar com as pessoas, e quando caminhava... Diante do altar, parecia desligada da terra e das pessoas. Rezava para todos que lhe pediam orações. Rezava horas por dia. Amava muito a comunidade. Vivia intensamente a pobreza. Era muito alegre e tinha muito bom humor. Era humilde ao extremo. Muito obediente. Ela não fez grandes coisas, fez extraordinariamente bem todas as coisas.

Responsável pelas meninas e jovens internas; professora na Escola Particular da Pia Fundação Nossa Senhora Aparecida; professora de música para Irmãs e Formandas e para alunas internas; Catequista das crianças da ‘Sala Heloisinha’ e de adultos; animava Missas e casamentos na Paróquia Santo Antônio do Partenon.

Em de janeiro de 1976 quis passar dias fora da Casa Mãe, sugeriu e foi para a Casa de Formação, também em Porto Alegre. Encontravam-na lá, no jardim, absorta na contemplação de uma rosa, sem perceber visita chegar, estar junto dela, e nem percebia ao deixá-la. Dias depois voltou para a Casa Mãe onde faleceu no dia 08 de abril. O provincial dos Capuchinhos escreveu no dia da morte dela que: “A história de uma Congregação e seu progresso espiritual se fazem com a vida de Irmãs da estirpe da Irmã das Chagas. 08-04-1976.”. As Irmãs Clarissas de Porto Alegre escreveram: “Irmã das Chagas, uma das pedrinhas fundamentais sobre as quais Nosso Senhor quis erigir vosso Instituto. ... transferência definitiva para a comunidade celeste...”. A Congregação registrou que: “As palavras que foram enviadas, na ocasião, repercutiram positivamente, num eco de encontro da verdade existente”.

Sempre sorridente e silenciosa, Irmã Maria das Chagas era amada por todos, revelando a bondade de Deus a quem dela se aproximava. Ela foi uma eleita de Deus, sinal sensível de sua presença em nosso meio.

Rezava muito. Falava menos. Brincava em fraternidade, às vezes. De seus manuscritos:

“Sim Meu Deus, em tudo e sempre, Irmã das Chagas Maria. + 2”.

No ano de 1986, centenário de seu nascimento, a congregação prestou-lhe homenagem com um pequeno monumento na Casa Mãe, “pelo seu insigne testemunho de simplicidade, doação e contemplação”.

 

Fonte: CIFA, Arquivo Histórico