CIFA

Curso qualifica Conselheiros de Políticas Públicas

O risco imposto à democracia e à participação popular, nas decisões políticas disseminado por novas ideologias, levou a Arquidiocese de Porto Alegre a uma iniciativa inovadora. Em 26 de novembro de 2020, foi iniciado o Curso de Formação de Conselheiros de Políticas Públicas. A atividade gratuita e totalmente online foi coordenada pela Dimensão de Justiça Caridade e Paz da Arquidiocese, Cáritas Arquidiocesana/Mensageiro da Caridade, em parceria com a ESTEF, Escola Superior de Teologia e Espiritualidade Franciscana e com o grupo Fé e Cidadania.

Durante doze semanas, o grupo realizou encontros presenciais e atividades à distância, para aprofundar os conteúdos apresentados, revisar programas locais e sistematizar práticas. O curso foi coordenado pelo jornalista Elton Bozzetto, com a supervisão do empresário Dejalma Morandin. Além de pessoas ligadas aos grupos pastorais e organizações da sociedade civil da região de abrangência da Arquidiocese de Porto Alegre, o grupo contou com participantes de vários Estados, entre eles, conselheiros eleitos e pessoas dispostas a atuar como Conselheiros de políticas públicas.

A Congregação das Irmãs Franciscanas de Senhora Aparecida teve uma presença expressiva e participativa através das Irmãs Ignes Piasson, Nelci Bernardi e Edna Djata. Ir Ignes afirmou que, com certeza, este é um aprendizado constante. “Temos a provocação de atuar mais nas políticas públicas nos nossos espaços de Missão, pois é uma demanda que permeia nossos encontros, como CIFA, já por alguns anos. O desafio está lançado. Sabemos que algumas Irmãs o fazem pela exigência da Missão e do Carisma, mas devemos fazer mais”.

As palestras e abordagens deixaram claro para os participantes que, em cada uma das políticas públicas, é constituída de programas que visam assegurar os direitos fundamentais aos cidadãos na educação, saúde, lazer, trabalho, assistência social, meio-ambiente, cultura, moradia e transporte, entre outros. Essa presença, bem como a defesa dos direitos humanos, requer conhecimento e engajamento de todos os envolvidos.

Para a coordenação do curso, o investimento na formação para uma nova consciência é fundamental. Dessa forma, há possibilidades de novas atitudes, novos líderes, nova concepção. Essa é uma proposição orientada pela prioridade maior da defesa da vida, onde está ameaçada. A mudança acontece somente quando as pessoas envolvidas e comprometidas se aprimoram e colocam suas energias neste foco, com alternativas e proposições bem concretas. Por isso, os conselheiros precisam ser proativos e competentes na defesa das prioridades que interessam e repercutem favoravelmente na vida das comunidades.

Esta busca deve estar na pauta de toda a pessoa identificada com o ideal Cristão, primando pela vida, pela solidariedade, pelo compromisso efetivo com o ser humano e sua dignidade. É fazer o que Jesus Cristo fez, mesmo com uma atuação no anonimato, agindo em favor do outro, da humanidade e do planeta.

Para os participantes, foi fortalecida a consciência de que a partir do momento que existe o desafio de inovar, haverá comprometimento e alternativas na relação do micro para o macro, expressas em compromissos de transformação, no chão da vida. Haverá vida, amor ao próximo e atitudes transformadoras.

A prática da solidariedade favorece para a criação de processos que geram vida, dando oportunidades a tantos oprimidos pelas estruturas de morte, com a garantia dos direitos básicos ao povo. Quando há corresponsabilidade, interesse, participação ativa nas organizações e grupos que promovem a cidadania e o bem comum, a transformação se efetiva com sabedoria.

Ficou claro durante o curso que há recursos disponíveis nos orçamentos dos Estados e Municípios, para a implementação de políticas públicas. Faz-se necessário engajamento da sociedade civil, com o povo e suas demandas, para que as mesmas tenham visibilidade, na concretização do bem comum.

A CIFA, nos espaços de Missão, deve ser um diferencial envolver-se nos processos de participação e controle social. Ao mesmo tempo realizando uma sinergia de envolver o povo, que é líder nato e que sofre as conseqüências de tantas injustiças, para buscar, mais dignidade. A mudança somente irá acontecer se cada um fizer sua parte no agir justo, coerente e concreto, garantindo dignidade e humanidade.


Colaboração: Ir. Ignes Piasson, cifa

*Texto revisado pelo Jornalista Elton Bozzetto