CIFA

A Aldeia Vila Nova Barbecho “viu coisas maravilhosas”

O dia 09 de março, foi marcado como um dia de graça, um dia de alegria. Leigos e leigas, missionários e missionárias, sacerdotes e religiosas se dirigiram para o interior de Porto Espiridião/MT, na fronteira com a Bolívia, na Aldeia Vila Nova Barbecho, para celebrar com gratidão e fé a Profissão Perpétua de Ir. Lídia Urupê Chuê, na Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida (CIFA).

O Cacique Fernandes Muquissai Soares acolheu a todos que ali estavam para celebrar este momento significativo para a Vila Nova Barbecho, para o povo Chiquitano.

Ir. Lídia, natural do Porto Esperidião - Aldeia Vila Nova Barbecho, do povo Chiquitano, filha de Florêncio Urupê Muquissai e Elena Laura Chuê, é a sexta filha de 14 irmãos (quatro in memorian). Iniciou o processo formativo em 2004 na Betânia Santa Terezinha, no Porto Esperidião/MT. Em 2005, continuou a etapa formativa no Juvenato na Betânia Santa Clara, em Campo Grande/MS. No ano de 2008, ingressou na etapa do Postulado na Betânia São Francisco e em 2010 no Noviciado na Betânia Madre Clara, ambas em Porto Alegre/RS.

“Hoje vimos coisas maravilhosas”, disse o Bispo Dom José Vieira de Lima, Bispo Emérito da Diocese de São Luís de Cáceres. Sobre a Vocação, Dom José destacou que somos chamados por Deus e devemos levantar e seguir adiante, seja ela para a família ou para o Reino de Deus. É um caminho amoroso e feito por e com amor. “Nós, os religiosos somos chamados para dar testemunho no dia de hoje no amor de Jesus Cristo”.

Ainda, Dom José destacou que “hoje é um momento muito especial” e falando diretamente a Ir. Lídia, lembrou de que mesmo tendo muitas experiências, andando por lugares diversos e encontrando muitas pessoas, é importante “não perder as suas raízes” e para “conservar o que já tem”, avançando e caminhando com simplicidade e alegria.

Estavam ainda presentes, pessoas significativas para Ir. Lídia e seu povo: o Pajé Lourenço Rup; o Padre Eulalio Modesto Poori Tacohons (San Matias, Bolívia) e o Padre Aloir Pacini, SJ (Cuiabá/MT) que brevemente falou da caminhada da Ir. Lídia e da fé e esperança em Deus que seu povo cultiva e que este dia é um “momento sagrado e que vai ficar na nossa memória e no nosso coração”.

Ir. Iriete Lorenzzetti, Ministra Geral da CIFA, destacou o lema vocacional de Ir. Lídia, dizendo que “realmente somos barro nas mãos do oleiro para que Ele nos modele” (cf. Jr 18, 6) e pediu a Ir. Lídia que ajude as Irmãs e Formandas a aprender com os povos indígenas, decisão esta feita publicamente durante o último Capítulo Geral.

Em sua língua materna, do povo chiquitano, a Sra. Clemência Muquissai Soares (avó de Ir. Lídia) agradeceu a todos os que vieram para celebrar este momento, que é de grande alegria para a família e para todo o povo e ela será uma grande missionária com o povo.

Alguns símbolos indígenas foram entregues a Ir. Lídia por sua mãe. A Sra. Elena, ao entregá-los disse: “minha filha deu o seu sim [...] ela tem um compromisso com o cocar que acaba de receber, um compromisso com Deus e com o seu povo”. Aonde Ir. Lídia for deve testemunhar o que é e nunca esquecer as suas raízes. O cocar é sinal de união, simboliza todos os povos e nações.

Por fim, Ir. Lídia agradeceu a todas as pessoas que ao longo da caminhada foram contribuindo para o seu crescimento pessoal e vocacional. Sente que o dia “é marcado pela gratidão e pelo louvor” e que o seu desejo mais profundo é de que “Deus continue a modelando conforme a Sua vontade”.

Com o sim dado, Ir. Lídia convidou a todos a “dizer sim à vida, como compromisso de sermos batizados e missionários, no espaço aonde se encontra”. Ao seu povo, Ir Lídia recordou a importância de resgatar, valorizar e cultivar a história e cultura e nela perceber como Deus vai agindo e conduzindo a vida, respeitando as culturas umas das outras e tornando-se irmãos.

Ir. Lídia continua agradecendo a todos que contribuíram para que este momento se concretizasse e a todos os presentes dizendo “o meu desejo é de que Deus continue abençoando e iluminando a todos vocês”.

Após a celebração houve momento de confraternização, que contou com a colaboração das comunidades locais e ainda, apresentação da dança chiquitana, feita pelas crianças e adolescentes.

 


Colaboração: Ir. Gabriela Roz, CIFA