CIFA

93 anos da Associação Cruzeiras de São Francisco ACSF

Hoje celebramos 93 anos da Associação Cruzeiras de São Francisco, entidade civil que representa a Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora Aparecida.

A entidade civil, por determinação legal, sempre é criada antes da entidade religiosa. Para entender a criação da ACSF, é importante recordar os primeiros passos dados por Madre Clara, à época Morena de Azevedo e Souza.

Após a morte do pai, em 1909, Morena transferiu-se com a família, para Porto Alegre/RS, onde concluiu os estudos e tornou-se professora. Reconhecida como excelente educadora, Morena, porém, foi sentindo-se interpelada por Deus para algo mais e ingressou na Congregação Mariana. Depois, graças à boa relação estabelecida, desde sua terra natal, com as Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã e continuada no então Colégio Nossa Senhora dos Anjos, ingressou na Ordem Franciscana Secular. Foi caminho para o despertar e discernimento da vocação. Sentiu-se, por fim, chamada para a vida religiosa.

Nesta época conheceu Frei Pacífico de Bellevaux, capuchinho, de quem recebeu orientação na sua caminhada. Morena colocou-se inteiramente disponível diante de Deus. Buscou a Congregação das Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã, pediu ingresso e foi admitida nessa Congregação, como candidata, em 1925, por Madre Maria Laeta Feuser, Superiora Provincial. Porém, consciente de seu dever filial e da necessidade de socorrer sua mãe viúva, no sustento da família, ela adiou o ingresso.

Foi empolgando-se sempre mais pelo franciscanismo, como integrante da Ordem Franciscana Secular. A maioria das componentes do grupo ao qual pertencia, eram de origem germânica. Nele, grande parte do conteúdo que elas recebiam era dado em língua alemã. Isto fez com que Morena aceitasse colaborar na criação de uma fraternidade da Ordem Franciscana Secular onde a língua nacional presidisse todas as realizações e garantisse maior compreensão e melhor aproveitamento espiritual.

No início de 1926, faleceu Dona Florinda. Neste mesmo ano aconteceu, em Porto Alegre, a grande comemoração do sétimo centenário da morte de São Francisco de Assis. Quem idealizou e coordenou o evento foi Frei Pacífico. Isto colaborou para que Morena se empolgasse e participasse ativamente das comemorações, sentindo-se cada vez mais atraída pela espiritualidade franciscana. Foi ali que ela concebeu o ideal de fundar uma congregação brasileira com o espírito de Francisco de Assis.

Em 15 de novembro deste mesmo ano, na Igreja Santo Antônio, no Partenon, Morena revelou seu grande ideal a Frei Pacífico que o acolheu com alegria, pois sentia inspiração semelhante. Ele a encaminhou a Dom João Becker, arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre. Este compartilhou da aprovação e a estimulou a prosseguir, orientando-a sobre os primeiros passos a serem dados.

Aos 17 de setembro de 1927, Morena teve um encontro significativo com suas companheiras. Nesta reunião partilharam o mesmo ideal de vida, as preocupações, os projetos e, finalmente, decidiram formar uma entidade civil. Na mesma ocasião decidiram comprar um imóvel para ser sede da instituição, à rua Primeiro de Março, número 167, hoje rua Sarmento Leite, no centro de Porto Alegre. Nele, passou a residir com suas companheiras.

Providenciaram a elaboração do Estatuto, assessoradas pelo advogado e grande amigo de Frei Pacífico, Dr. Armando Dias de Azevedo. No mês seguinte, obtiveram a aprovação e registro da entidade civil e a Congregação passou a existir civilmente com o nome de Sociedade Beneficente Cruzeiras de São Francisco. A respeito do nome civil, Madre Clara deixa escrito:

“O nome de uma Obra nasce com o Ideal da mesma, na mente do fundador: é a expressão, a tradução do Ideal. Em 1927, nos encontros com nosso Pai sobre a fundação da Congregação, após tratar dos elementos básicos, nosso Pai falou sobre o nome da mesma. Sorrindo, disse: ‘Vamos dar um nome bem brasileiro que traduza o Ideal, a finalidade da Obra (Congregação nacional com espírito franciscano)’. E, disse: ‘Cruzeiras de São Francisco!’ De fato, o nome era completo, traduzia o Ideal - Religiosas franciscanas na Terra do Cruzeiro ou Franciscanas brasileiras. Sua Excelência, D. João Becker aprovou. A Congregação (futura) adquiriu personalidade jurídica com a denominação ‘Sociedade Beneficente Cruzeiras de São Francisco’.”

Em 2002, com a reforma do Código Civil, tornamo-nos uma associação e nosso nome foi alterado para Associação Cruzeiras de São Francisco - ACSF.

Neste dia renovamos a prece que nossos fundadores e padroeiros intercedam por nós.

Fonte: Subsídio nº 1 dos Profissionais Leigos da CIFA